quinta-feira, 30 de julho de 2009

Bolsa Funarte de Criação Literária.

Encerram-se no dia 13 de agosto as inscrições para o edital Bolsa Funarte de Criação Literária.

O objetivo do programa, que está em sua terceira edição, é fomentar a produção de textos literários inéditos nos gêneros lírico e narrativo (poesia, romance, conto, crônica, novela), contemplando dez autores brasileiros, dois de cada região. Cada um receberá uma bolsa de R$ 30 mil.

Poderão concorrer às bolsas estudantes e profissionais maiores de dezoito anos na data de inscrição, brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros domiciliados no país há mais de três anos.

É vedada a participação de concorrentes que estejam incluídos em qualquer política pública federal, estadual ou municipal de concessão de bolsas.

As obras concorrentes não sofrerão quaisquer restrições quanto à temática abordada.

As propostas serão avaliadas pela Comissão Julgadora de acordo com os
seguintes critérios:
a) originalidade do projeto;
b) qualidade da proposta: contextualização do projeto;
c) metodologia: Consistência, coerência no planejamento de execução do projeto.

As inscrições são gratuitas.

Acesse o regulamento e a ficha de inscrição aqui

Mais informações:
Assessoria de Comunicação da Funarte
ascomfunarte@funarte.gov.br
21 2279 8065
comunicacaosp@funarte.gov.br
11 3662-5177

Décio Pignatari

Palavras

Palavras
brincam entre as frestas das janelas
valseiam desconjuntadas entre as lembranças.
Cristais.
Elevadas a zero grau
são secretas memórias.
Imorais.
Falseiam.
Fechadas em suas crostas duras.
Punhais.
E se livres e leves
ardem às penas.
Soltas, voltam sempre ao ancoradouro.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Nas nuvens

Entre pedaços de azul
perdida na rota
lanço mão de seus rastros...

O veludo dos teus olhos
me deixa muda.

Disfarço.

Aprendi a dizer teu nome
no silêncio das minhas tempestades.
E enquanto dissolvo
o sabor sonhado do teu beijo
te escrevo um poema
que sei,nunca será lido por ti.

Um oceano volátil de intenções nos separa.

O vazio depõe contra mim
e minha escuridão que vive de narrativas
Vai me machucando com coisas antigas
desencontra histórias nunca antes ditas


E a sua solidão é tão densa
que quase posso sentir com as mãos.
Com jeitinho vou desfazendo suas teias
desamarrando os seus nós tão bem apertados

Me desmancho em micro particulas
quando me dá seu sorriso tímido
de mel e céu.

Meu pensamento não se comporta
E esse amor vai me tomando por completo
vai enchendo meu corpo de pegadas
e deserto.

E de delícias que não posso contar.

Rodrigo Capella

Rodrigo Capella prepara lançamento virtual
O escritor e poeta Rodrigo Capella, 28 anos e autor de seis livros, entre eles “Transroca, o navio proibido”, que está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer, prepara o lançamento virtual de mais três obras inéditas, publicadas pelo Clube de Autores.

São elas: “@ntologia online” (reúne textos dos escritores que participam da comunidade do Orkut “Dicas para publicar um livro”, criada por Capella); “Loucuras de um escritor” (traz textos sobre a viagem do escritor a Europa); e “Dicas para escrever, publicar e vender um livro” (com cinquenta orientações para quem quer entrar no mercado editorial).

O lançamento virtual será no dia 04 de agosto, das 18h30 às 20h00, com chat, power point e vídeo, no endereço http://www.ustream.tv/clubedeautores

Exílio

Vivo confinada
num mundo á parte, que inventei.
Uma geografia da solidão, sem luxúria, sem inferno...
Isolada.
Um refúgio cujas portas e janelas
dão pra dentro de mim.

Quieta, conduzo as canções que sempre amei
como um maestro sem batuta.

Voraz, ali vivo como quero.

Presa numa fingida santidade costuro dores antigas como flores de fuxico e as guardo como segredos dentro de caixinhas de música.

Nas noites sem couraça, decifro os sonhos que se recusam a envelhecer e que dançam alegremente entre os sonhos recentes que ainda jovenzinhos dão seus primeiros passos.

E quando tudo parece perfeito,
sinto você compartilhando meu exílio...

Mas estás tão distante que não adianta mais jogar a corda
Eu não te alcanço mais.
o vento é forte
E a correnteza leva tudo mesmo.

Negocio com o inevitável, te deixo ir, e continuo seguindo.

Nos dias claros,sento pra apreciar o por de sol.
Ao meu lado, eu mesma, aos 7 anos.

A garotinha me fala do amor pelo seu irmãozinho e de repente os dois saem brincando felizes como se nenhuma tragédia os tivesse atingido.

A liberdade é mesmo indecifrável...

Quando meus olhos me brindam com o impossível
percorro meu mundo descoberto
onde meu pai me olha com seus olhos verdes calmos
e caminha em minha direção com seus tamancos
me cantando uma canção sem cicatrizes - Ó Maria, tu és a mais bonita de todas que eu amei...

E eu choro.

Benvida é minha mãe que chega em meu socorro, e com seu longos e antigos cabelos seca os meus olhos de mansinho.

É quando tudo se completa, e me sinto abraçada nessa fórmula perfeita.

E quando preciso voltar pra minha vida inquilina,
Vou desolada.
Esperando que meus pés encontrem, sozinhos, o caminho.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Se ele está comigo

Se ele está comigo não sinto medo.
Me desvencilho do sono e dos meus cadernos
e me isolo feliz, em nosso mundo constituído.

Se ele está comigo
mergulho em certezas
e desafio ventanias
de janela aberta

Se ele está comigo
e se está em mim
teço nossa teia
um mistura de nossos gostos
de nossos mãos
de nossos intimos

tão cortantes e tão mutantes.

Quando estou com ele, aproveito.
Porque nunca sei em que direção vai o desasossego...