terça-feira, 15 de setembro de 2009

Inventar dias claros

Inventar dias claros
Pra fugir da solidão.

Esta solidão que é tão densa e profunda
Que cega as entranhas, que fecha as fendas da saída...

Inventar dias claros e se surpreender com os efeitos.
Se vou por ali, tenho a mínima chance de que o amor dê certo
Para quem espera companhia
Esta é uma terrível profecia.

Do homem que emudece de medo
De medo de errar...
De medo de amar...

Se vou por ali tenho a mínima chance de nunca mais voltar.

E se a porta é só de saída, como vou inventar dias claros
Pra distrair minha rotina?

Como vou parecer infeliz no dia do julgamento final?

Se vou por ali, vou por ali simplesmente
Porque assim estava escrito nas linhas das minhas mãos.

É inexplicável a beleza das pessoas
Assim como suas decisões.

Se vou por ali, é porque simplesmente
As andorinhas me apontaram o caminho.

Se haverá guilhotinas, somente com passos saberei dizer.
Se haverá tristeza, tampouco me importa, não acredito em provocações.
Se haverá dor, antes que eu perceba, o corte será dado.

E aí, então, estarei ali mesmo.

Simplesmente parada, desabrochando de imaginação.
Imune.
Impregnada de melancolia e inércia.

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