quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sem Volta

Me explica como vou poder amar
novamente se você insiste em ficar dentro de mim?

Minha boca arreganha os dentes e
antes que eu grite e quebre os bibelôs
seu sorriso me derruba e destrói minha fúria assassina

Me diz como vou poder amar novamente
Se você seca minha garganta e sangra fogo nos meus desertos?

Mergulha estes veludos na minha languidez
Incendeia meu pulso, me acolhe nestes dias de temporal.

Este seu cretino amor que frequenta minha alma
pedindo abrigo sem sombras,
alimentando minhas noites pornográficas pra no outro dia
ir embora sem sequer dizer bom dia, é pura dança na escuridão.

O que quer de mim, afinal?
Conta-me sem sem fazer danças de roda.

Tenho a fúria sem luvas
os sapatos virados com as solas pra baixo
denunciando meu mundo virado de ponta a cabeça.

Rompe com a linguagem
caia sem dó na neblina
Saia daqui e feche a porta.

Esqueça, me esqueça

Tenho medo quando tudo é assimétrico
e faz sombra.

Porque você não usa a janela de emergência pra poder sair?

Me atira palavras cruas
enfia os pés pelas mãos
negue nossas memórias.
Não seja esse pedaço doce em mim.

Vai embora.
Quero minha paz de volta e meus pensamentos liquidos,
secando á luz do sol.

3 comentários:

Anônimo disse...

moderno dilui-se em palavras controversas palavras só palavras

Leonardo disse...

Parabéns por esse belo trabalho

Joe_Brazuca disse...



vive-se isso, não há como não, enquanto existe essa bendita química...

as vezes, só o tempo e muitas portas batidas...

(grande texto...profundo no raso e vice-versa...)

abraços

Joe