Tomada pela ira
frente a frente com minha dor
não ouso derramar uma lágrima
não ouso
Sou presa de mi mesma
sem prosa e sem escrita na contra capa
Seu amor é um açoite
tão cruel quanto doces são seus olhos azuis
Engulo suas palavras em sobressaltos
e vou equilibrando a razão em conta gotas
Vou te amando movida pelo desejo e pela ira
pela agonia e pelas meias verdades ditas antes de dormir
Vou alimentando este abismo
andando de andaime e tomando chá sem açucar
Puro medo de te olhar nos olhos e descobrir
que ali há somente nada.
E assim passo o tempo apreciando sua maldade
e te amando à descoberto.
Sem mover um passo.
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