No meio da sala
bebo às intenções
e resisto aos vazios submetidos
nas reentrâncias da porta de entrada
o sino de vento anuncia tempestade
os gatos miam satíricos
não reparo na poeira dos móveis
olhos rasos de eterna lume
há tempos que não limpo o chão
ha tempos que não me olho no espelho
a saída é fazer poesia
que entope o branco
de palavras esganiçadas
nunca digo amém sem pudor
a poesia é limpida e não suja a sola do pé
E se o sal que lava as escadas
é pura profecia
me acalmo no meu rito
no meu tema que é dormir com meus fantasmas.
Baú de esqueletos.
Um comentário:
Os versos "há tempos que não limpo o chão/ ha tempos que não me olho no espelho" são o ponto alto do poema!!!
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